
Casa Sarzedas
Arquitectura: dbA. arquitectura
Casa Sarzedas
Localização
Sarzedas - Castelo Branco
Fotografia (2025)
João Lopes Cardoso
A Casa Sarzedas, uma moradia, que foi remodelada interiormente, é um edifício datado dos anos 60 do séc. XX. Ainda que possuindo uma linguagem exterior modernista, a sua distribuição estava fortemente associada ao meio rural e à produção agrícola.
No rés-do-chão tínhamos, assim, a entrada oficial da casa (virada para o logradouro) e um conjunto de dependências de apoio rural, com um acesso franco desde a rua de acesso à casa. No piso superior, a parte habitacional, com 2 quartos, uma sala e uma cozinha com acesso direto à rua, através de uma escada exterior.
A estratégia de intervenção passou, então, pela refuncionalização do piso 0, com o deslocamento da parte social da habitação para este piso (sala, cozinha e casa de banho). Por outro lado, no piso superior foram mantidos os dois quartos e criados um escritório e uma casa de banho.
Esta operação levou-nos à relocalização do acesso principal (que propusemos deslocar para o antigo portão de acesso à zona de apoio rural), bem como ao redesenho do acesso vertical, de modo a ser ajustado à nova distribuição e a melhorar o conforto da sua utilização.
A intervenção foi ainda pautada por três grandes vetores:
· a manutenção de um conjunto de elementos materiais existentes que possuíam e marcavam a linguagem da casa (paredes brancas e o taco de pinho existente no pavimento do piso superior);
· a integração da estrutura de madeira do telhado, que se encontrava oculta, na zona de circulação vertical;
· a escolha de um conjunto de materiais e cores contemporâneos, que fazem uma diferenciação discreta e marcam a intervenção efetuada (cor preta, madeira escura, pavimento contínuo cinza e revestimentos em pedra reconstituída).
Estes materiais e cores foram, assim, utilizados como matéria para a criação dos elementos funcionais, que adaptam o imóvel ao modo de vida contemporâneo:
· a madeira escura foi utilizada extensivamente, na criação de mobiliário fixo e na cozinha;
· o pavimento contínuo cinza, foi utilizado extensivamente no piso 0, mantendo a memória do pavimento de cimento original;
· o revestimento e pavimento em pedra reconstituída, foi utilizado de modo a resolver as zonas em contacto com a água;
· a cor preta, foi usada de modo a criar pontos de diálogo/tensão entre os elementos que foram mantidos (estrutura do telhado e escada de acesso ao sótão) com a intervenção efetuada.
Deste modo, pensamos ter conferido a este imóvel, as condições para uma nova vida, mantendo-se, ainda assim, um equilíbrio entre a identidade pré-existente e a contemporaneidade.
dbA. arquitectura